Sim!

Demasiado perto e tão bom

Demasiado presente e tão necessário

Demasiado em mim e tão completo

És assim aqui, presente meu

Digo-te muito
Muitas vezes que te quero
Derretido em mim
Fundido em nós

És a minha loucura tranquila
És o meu fogo em paz
És quem ilumina a minha noite escura
És quem arranca de mim o que nunca pensei dar...

Amor (e)Terno

É bom saber que sim

Que existes

Que chegaste para mim

Amor

É bom saber que posso, finalmente

Descansar em calor ao teu lado

Entrelaçar os meus braços nos teus

É bom saber que em tudo

Receio um dia não ter nada

E beber cada momento

Até à exaustão

Do sentimento, do prazer e do conforto

É bom saber que o agora é eterno

E o eterno é enquanto durar...

Como?

Não sei que me deu

Esqueci-me do amor
Lembrei-me que não sei mais como é
Receber carinho
Sentir o calor
Entrelaçar as mãos ao luar
E cantar durante o amanhecer...

Acabei de me lembrar

Que de tudo isto me esqueci
Já não sei como ser, estar ou fazer
De mim com alguém que não seja eu
Cerrar os olhos e ouvir o respirar
Profundo do outro
Que vazio preenche a minha cama
De não estar, não saber e querer
A cumplicidade do ser

Sentir, sinto, sentindo

Se eu não sentisse o que sinto

Não faria sentido sentir

Mais nada do que sinto

Pois só sentido o que sinto

Sinto que te sinto também

Que este sentir faz sentido

Assim, mais além

Além de nós que sentimos

E não sabemos bem que sentir

Até onde ir com este sentimento

De querer e sofrer por não ter

Mais o sentimento que se tem!

Até um dia, eternamente!

Continuo sem te saber muito bem

Continuo com pouca pressa de te saber melhor

Continuo com o mesmo desejo de te saber porém

Mais vezes, muito bem e bem melhor

Continuo sim, com vontade de ti

De ter o teu toque, o teu cheiro em mim
De cerrar os olhos, cruzar minhas pernas

E num gesto cativar-te

Segredar-te os meus anseios

Os meus medos de te ter

Os receios de te desejar mais que a conta

Perder-me de ti por mim

Pouco interessa até quando

Quero saber o quanto é bom enquanto for

Pelo tempo eterno

Contado em minutos para depois deixar

Aquele cheiro, aquele sabor, aquele desejo em mim...

Religiosamente

Ai vida que tanto me queres

Ai vida que tanto me dás
Que não consigo segurar
Todos os caminhos que ficaram para trás

Chegaste e entraste
Assim com pequena licença
De querer e dizer mais
Só, basta e não aguentaste

E eu enfim fiquei
Consolada no teu silêncio
Conformada sem o teu calor

Com desejos de fé pecando

Esperança no acreditar

De merecer quem vivo querendo

Peço-te, por favor!

Talvez seja pedir muito

À vida

A ti que me queiras

Tenho caminhos

Percorridos

Tenho medo

Medo de perder

A tua presença

O contentamento de sem te ter

Querer

Quero

Mais que muito

Mais que isto
Mais que o meu mundo

E se não souber?

E se não for para ser?

Depois que faço, como continuo?

Que caminhos hei-de percorrer

Se souber que não te irei encontrar?

Deixa-me agora

Se não me quiseres depois

Não mates minha sede

Com a tua presença
Nos meus dias

Sempre demasiado longos

Para momentos

Sempre demasiado poucos