10 fevereiro 2009

Duro de roer


Não sabes de nada e irritas-me por não saber
Será tão difícil compreender que não sou compreendida
Que nem eu me compreendo
E ando assim, às voltas
À procura do que perdi, do que nunca tive
Pois é, isto não é fácil
Agora dá vontade de rir?
Não acho que tenha piada e muito menos tenho vontade de esboçar um sorriso...
E continuas nessa de rir... Tudo bem
Não pretendo que isso me aflija
Vou até suspirar, bem fundo e lentamente
Procuro concentrar-me nos sons que oiço no meio do silêncio sábio que nada me diz
Fala-me, por favor
Diz-me para onde ir, que caminho tomar
E as indicações continuam ténues e mudas, completamente metidas dentro delas próprias e ignoram-me, ou fingem nem saber que existo
Após um terceiro suspiro, inspiro
Muito profundamente na esperança de soltar um grito
Alto, grosso e sentido
E assim que a minha capacidade torácica se cumpre
Esqueço-me do que queria fazer
E não grito, não falo nem sequer um gemido consigo soltar
E volto à roda do dia que mais não é que igual à roda de ontem
Só quero que a roda passe e que passe o senhor que muda as rodas
Deito-me!
(imagem retirada daqui)