23 dezembro 2009

In-Certezas

Não sei se voltas
Sei que te vi
E sim, perdi
Porque quis
Porque deixaste
Que te reencontrasse
Tempos depois
Sabias-me
Nada
Como eu não te sei
Beijos envoltos em guerra
Chamas
Ardor
Que a distância
Não permite arder
Que medo estúpido
Que ilusão contente
Agarra-me
Puxa-me
Beija-me
Como sempre fizeste
E eu desejei
Cala-te
Refugia-te e esquece-te
Deixa-me lembrar-te
Depois
Quando fores
E eu
Não sei se voltas

21 dezembro 2009

Para ti


Sei-te tão perto
Como sei-te longe
Sinto-te distante
Apertando-me o peito
E bastam trocas de olhares
Para te saber dentro
Descobre o que não vês
E sentes
O que queres
Por estar demasiado perto
Mesmo na distância
Ausente
És meu
Somos nossos
Serei, até sempre
A tua
Que ninguém muda
Que ninguém fere
Que ninguém destrói
É saber que vai doer e dar
É dar sabendo que se sofre
É sofrer por cada alegria imensa de te ter
É ter-te e querer-te sempre mais
Sempre mais te desejar que a vida te proporcione
O melhor
É saber que (incondicionalmente)
Estarei cá
Mesmo depois...

13 dezembro 2009

Como estou... (pontinhos de luz)

Quando te tive e me encontrei
Perdida no momento
Do infinito descontentamento
De quem quer
E não tem o sentimento
Que até se tem
O amor que desconheço
Tão familiar e presente
Que por ele desejo
E me perco
Que vida estranha,
Movimento instável
Que procura o contentamento
Da sabedoria
Da comum alegria
De se ter e saber que se tem

26 novembro 2009

can-sei-me


Cansei-me
Cansei-me de mim
Deste ser
Incansável
Indomável
Que habita em mim
Cansei-me
De estar sempre a cansar-me
Comigo
Com ele
Que teima em lutar
E cansa-me
De querer mais
Cansei-me
E sem saber
Como
Desejo descansar
Parar e viver
Cansei-me de esperar
Pela demora
Do tempo que passa
Devagar
E por vezes
Demasiado depressa
Mas nunca como quero
Cansei-me
De me cansar
Sempre que quero
Fazer
E devo esperar
Cansei-me do nada
Cansei-me do tudo
Da luta inconstante
De uma vida única
Que procura tudo
Constantemente
Cansei-me!

12 novembro 2009

Estação do Tempo onde Pára o Comboio


Sem saber bem onde estou
Sinto que tenho
O tempo em mim
O sonho em ti
Sem saber bem se um dia
Que te tive
Soube quem era
Quem somos
Quem quisemos ser nesse dia
Frio,
Sem chuva
Com vento
De tão cinzento
Tornando-se claro
Carrego todas as incertezas da vida
Trago-as às costas
Do meu ser
Incerto
Condenado por ti
Sem paixão
Com o amor de quem quer
Ter uma paixão
Eternamente parcial
Parcialmente eterna
Somos assim
Como o Outono
Que entra sem aviso
Despe
E desfruta
Vai embora
Para mais tarde voltar...

19 outubro 2009

Fundição

Encontrei-me perdida
Em ti, no teu cheiro
Pensei que sabia bem
Quem me sabia
Inspirei
O sentimento
O calor do teu corpo
Encostado ao meu
Encontrei-me
Entre ti
Pernas, braços, corpos
Fundidos
Perdida
Na união desintegrada
De quem teme
Querer
Perder

12 outubro 2009

Num olhar com desejo de beijo

Quis e não te disse
Esperei que os meus olhos
Te falassem
Enganei-me
Meus olhos falam
Minhas tristezas
Minhas amarguras
De ventos passados
Não te falam
Do meu contentamento
Do pulsar que sinto e finjo
Não ter
De ver, te ver
Cheirar, te cheirar
Quis e esperei
Que quisesses também
Beijar, me beijar!

06 outubro 2009

Escondida

Olhos da alma
Repleta de sentimento
Que em tentativa vã
Procura ver para esquecer
O medo
De ser Feliz
Quem vive
Fechado no olhar
De quem vê
De quem um dia viu
A felicidade passar
Ali

16 setembro 2009

Se

Já te sei
Se não te soubesse...
Já te vi
Se não te conhecesse...

Soube que eras
Sem saber que
Se eras como fosses
Serias quem não quis

Sem saber
Se o sentimento que sentia
Era aquele que
Se sentisses, o mesmo

Sabia, sem dúvida
Que o que queria
Era que soubesses
Que o amor que tenho por ti não tem "ses"

10 setembro 2009

Há tanto

Há tanto que escrevo
Há tanto que escondo
O silêncio estranho que quero
E não encontro
Ruído
Fiquei aqui
Em mim
Cega de ver que passei
E nem percebi
Silêncio
Às voltas...
Quantas e quantas vezes
Deitada
Tentando enviar mensagens
Por telepatia...
Queria que me soubesses
O tanto que me sei
Num espaço, momento
Parado
Em sintonia...
Estamos,
Em frequências opostas
Olhares semelhantes
De inquietação, desejo e saber
Que nos sabemos tão bem...
Nós
Eu e mais alguém...

09 agosto 2009

Silêncio


Já não me lembro bem como foi, sei que sabia mesmo antes de acontecer, que querias saber quem eu era, como era... Aproximaste-te, devagar, num silêncio ensurdecedor que acalmava as minhas ansiedades.

Não havia pressa, nunca houve e não haverá. Penso que nunca a tiveste ou disfarçaste bem, muito bem diria até.

Deitaste-me na cama, lavada, os meus sapatos de salto alto caíram-me dos pés sem os sentir. Desceste e o meu vestido preto ao qual te encostaste numa tentativa de lhe tirar o cheiro, num desejo que ele saísse naquele mesmo instante, ficou entre nós impedindo que os nossos corpos, a nossa pele se sentisse. Estava quente, estavas quente.

Lembro-me de sentir o teu rosto, àspero, nas minhas coxas, cerrei os olhos, apertei os lábios e absorvi aquele incómodo prazer. Foi num ápice que atingiste o meu pescoço e beijaste a minha boca apertada. Tímido, sincero, era ali que queríamos estar...

Senti cada momento, bebi cada beijo, mergulhei no teu cheiro e notei a sintonia que tinha com o meu.

Depois, depois ficava, encostada ao teu peito escutando o teu pulsar, lento, de quem muito viveu. A cada inspiração tua estremecia, em silêncio.

Passado algum tempo, não sei ao certo quanto (perdia-me sempre no tempo), vestias a roupa cuidadosamente deixada na cadeira do canto, e no mesmo silêncio em que me conquistaste, saías.

Eu ficava. Inspirando, encostada aos lençóis, cada gota da essência que ali havias deixado. Vivia tudo novamente em pensamento.

Eu ficava. Esperava, em silêncio, que tudo se repetisse.

E em silêncio fiquei...

Eu a Vida e o Amor


É assim
A Vida
A minha
Cíclica, redonda
Como a própria terra
Achatada nos pólos
Com o interior em chamas
Pedra líquida que solidifica
Tornando-se em sentimento
Sabendo eu, só um
Que se desdobra...
Não sou de amizades
Gosto de coisas por inteiro
De tudo ou de nada
Uma laranja e poucos gomos
Amo e pronto!

19 julho 2009

Entreaberta


Ainda deitada acordei
Vi-te a meu lado
Quente, manso, tranquilo
Pendente para mim
Querendo mais

Esperei
Por ti
Pelo teu acordar
Aguardei e inspirei
Cada expiração
Que sentia
Que saía e ficava
Pairando no ar

A janela aberta
Fazia-me sentir
Aquele cheiro
Profundamente fresco
Intensamente claro
Purificante

A luz era fracamente forte
Como sempre foi
Àquela hora
Na manhã tardia

Do dia
Que não esperávamos
Não o queríamos
Como dia
Só para nós...

Suficiente era aquele quarto
Aquela janela
Aquele respirar profundo
Suficiente para esperar
Por outro momento assim
Sem tempo

14 julho 2009

Espreitar

Perdida de momento
Desesperada
Por ser
Eternamente encontrada
Por ti
Quem sabes
Quem sou
Que nada teme
Nem quer
Mais
Que aquilo
Que carrego
Comigo
Dentro, de fora
Na penumbra
No anseio
Triste e melancólico
De quem nunca teve
Quem a encontrasse
E que vive
Sabendo que perdida
Morreu

Digital

Perdi-me no tempo
Naquele momento
Que me soube
Bem, como ninguém
Sabe que de mim tem
O que nunca teve
Encostei-me naquela parede
Branca, fria
Quente de te ter
Por te ter
Como nunca tive
Alguém
Os meus braços pendurados
Sentiam
A cal
A ferver
Por baixo dos dedos
Envolvendo a impressão

Única como somos
E ninguém tem
Terá
Aquilo que é só meu
Teu
Nosso

26 junho 2009

Tu(a)

Perdi-me naquele momento
Em ti, por ti
No teu abraço dissolvi
Os meus sentimentos
As minhas tristezas, incertezas e amores
Desejo de dar e querer receber
Calor
Preencher este frio vazio
Que me acompanha
Este desejo de lutar sem forças
De querer mais, tendo tudo
Sem te ter
E mesmo assim querer
Aquele momento
Aquele abraço
Aquele cheiro
Aquele tudo em nada
Em ti!

24 junho 2009

Ser (Eu)!

Sou assim
Deliciosamente amarga
Curiosamente doce
Felizmente deprimida
Racionalmente apaixonada
Brutamente meiga
Sociavelmente solitária
Sou aqui e além
Agora e depois
Sou assim
E ninguém me sabe...

22 junho 2009

Quero!


Que perfeição
De ser, de sentimento
Que loucura
De vida, de procura
Senti a tua busca
O teu desejo de mim
A falta que tenho de ti
Que perfeição
De momento
Quando entra
Encontra
E funde-se
Gerando uma nova união
Ser
Sentimento

21 junho 2009

Coleccionando

Só por saber o que sei
Sinto que nunca soube
De mim, quem sou
Quem fui e o que farei de ti
Contigo, para nós
Grão a grão
De areia
Junto dentro de mim
Momentos
Felizes
Quentes
Outros cortantes
Sufocantes
De aperto
Mas todos são
O que sou
O que nunca soube
E passou
Fez de mim
Quem fui

05 junho 2009

Sonho

Sonho que estive perdida
E que ao encontrar-te
Descobri a Vida
Nessa noite sonhei
Que o Amor bateu-me à porta
E sussurrou-me ao ouvido
Segredos lindos
Segredos escuros
Nesse sonho
Sonhei que a Vida
Estava perdida
Querendo me encontrar
Desencontradas estamos
Até hoje, sem vestígios e sem ajuda
Sem saber se um dia sonhámos
Que nos havíamos de encontrar

04 junho 2009

Deitada

Deitei-me
Olhei-te
E fechando os olhos aguardei
Que sede
De ti
Das tuas mãos quentes
Passando pelo meu corpo
Parando aqui, tocando mais ali
Terminando num beijo
Mineral
Quente
Nervoso
Intenso
E afinal tudo começa...

"O Amor"

O amor esqueceu-me
Virou-me as costas e foi-se embora
Não me quer, nada me dá
Recusa-me por não ter amor em mim
O amor partiu
Não quer mais saber de nós
Foi amar para outro lado
Talvez alguém que o ame
O amor partiu
Em busca de si
Deixou-me só
Triste e desamparada
Amar, amar
E não querer o amor
De quem nos ama
Loucamente
Amar aqui, amar além
Querer mas não saber
O que é o amor por alguém

26 maio 2009

Deserto - Só!

Por vezes não sei
E se sei nem quero ver
Não quero saber o quanto me custa
Saber que sei
E não querer saber
Por vezes sinto o que vejo
E vejo o que não quero ver
Se vendo o que sinto
Sei que consigo ver
Quem nem conheço
Quem ainda nem sequer
Sei querer

25 maio 2009

Sol da noite, Amendoeira à chuva, Sem ar...

Que dor
Que aperto
Tenho eu no peito
Sinto o que não quero
Quero o que não faço
Respiro, tento
Não consigo com a dor
Que trago
Dentro de mim
Exausta, não posso desistir
Fecho os olhos como quem tenta fechar o coração
Aos sentimentos
Não quero sentir
Esta falta de sol
Esta amargura que me segue e não me esquece
Lembrando-me sempre
Que tudo acaba um dia
Para quê? - pergunto-me triste
E rindo, respondo
Só consegue viver alegre
Quem nunca se esquece de chorar

20 maio 2009

Meu Tempo

De olhos fechados vejo-te bem
Não sei porque não me vês
Estarei longe?
Estarei perto?
Onde estou?
Sinto o vento
Voando pelo tempo
Que vivo
E não sinto
Não pára
E ele não me espera...

18 maio 2009

Inspiro eu, Expiras tu

Encostei-me, esperei
Senti que pensavas
Em nada
Em mim
No meu corpo no teu
No teu corpo invadindo o meu
E deixei-me
Levar
Encostei-me, esperei
Levantei-me, respirei, inspirei
Cada gota de cheiro que pairava
Por cima de nós
Profundamente
Tudo se diluiu, fundiu-se
Perdeu-se naquele momento
Encontrando-se pouco depois
Do que nunca perdi
Em mim
Encostei-me, esperei
Acabando por adormecer, acordei

17 maio 2009

Loucamente Triste (Felizmente)


Que doçura de doce
Que loucura de louca
Que tristeza de triste
Que felicidade de feliz
Que caminhos estranhos
Estreitos e longos
São estes
Percorro na profundidade
Do mar
A loucura de quem docemente se sentiu triste
Felizmente

16 maio 2009

Há tempos... Sentir (com) dor


O que sinto sei
O que não sinto dói
O que dói é o que sinto
E sinto tanto o que dói

05 maio 2009

Eu sei - Em mim

Sabes-me como eu te sei
A sal, doce mel...
Encostei-me e esperei
Que saboreasses o meu suor
Que sentisses o meu sabor
Indefinido – como sou...

Senti-te
Cerrei os olhos e inspirei-te
Guardei-te para sempre
Esse cheiro
Tão teu...

Sabes-me bem, como sei
Que nunca me soubeste
Envolvidos nesse cheiro
Tu e eu
Sem ninguém saber

Ah! Nem mesmo tu me sabes
Bem como te sei
Um dia, talvez
Saibas
Como te quis saber...

30 abril 2009

Quente

Sei que sabes coisas minhas...
Profundas, escuras e escondidas
Que procuro não saber, nem escolher quem sabe
Prefiro mesmo nem saber quem poderá eventualmente conhecer
As minhas chamas
O meu ardor
De quente, tão quente, arrefece o vento que sopra
Pára – digo eu!
Quero permanecer acesa, não me apagues! - imploro!
Quero continuar a viver
Esta vida que escolhi
Custe o que custar
Venha a faca e me tire, mas sem isto não quero continuar
Não fará sentido respirar,
Sem ti, não vás, sem ti, vou eu...

21 abril 2009

Doce

Estiveste lá comigo
Juntos caminhámos
Percorremos os nossos corpos e soltámos
Um pouco de nós
Deste-me
Um doce, sopro
Quente e húmido
Senti-te perto, incorporado em mim
Como se aquele fosse o nosso nascer
Desde sempre juntos
Para sempre longe
Palavras que de tão cegas e surdas
Falam e calam sentimentos
Têm na sua história, lágrimas de amargura
Lágrimas de dor e sofrimento
Como as de um nascimento
Aguardado e merecido
Estive assim
no teu interior e nem me viste
Passei por ti
Cheirei-te
Contornei os teus limites e
Nunca mais me esqueci...

Na minha...


Esqueci-me de mim
Entre as ruas do silêncio
Inundadas de gente estranha
Que não me vê
Não me vê, porque não estou
Estou longe deste tempo
Daquele momento
Que tivémos
O cheiro das ruas têm sabor de noite
Sentimento de rio
Húmido e próximo
Carregado de histórias
Tristes, humanas e contentes
Histórias únicas de instantes
De minutos que foram
Há anos, distantes
Horas de prazer
Gritos surdos abafados pelas ruas
Que agora percorro
Só...

15 abril 2009

No caminho



As palavras que me calam
Surdas de silêncio
Cegas de sentimento
Não te querem, nem te sentem
Esquece, as palavras comeram-se
Devoraram tudo o que possuíam de aperto e abertura

Abriram-se um dia distante
Foram roubadas, esquecidas
Agora, doridas, sofridas
Têm medo de ti
Desaparece!
Não te querem mais...

As palavras que me seguem, perseguem-me
Não me largam,
Esqueçam-me, não vos quero!
Censuro tudo o que quero,
Tudo o que sinto e o que vejo
Já te disse que não existes, para mim, foste
Um dia
Aquilo que hoje já não és!

Como nuvens cinzentas
Pesadas de chuva
Descarregam em mim
Mágoas, tristezas e amarguras
Depois leves
Seguem caminho e encontram-se
Distantes!

01 abril 2009

EVEntualmente


Sabes-me bem, tão bem...
Inundei-me por um cheiro
Doce, forte até mesmo apimentado...
Tão bom

Tão bom que chego a senti-lo
Mesmo quando não estás
Ao percorrer caminhos
Inspiro e sinto-te

Tenho certeza que aquele cheiro
Pertence-te
Tão teu...

Não sei quando nem porquê
Sei que estás, presente em ausência
E por vezes fazes-te sentir

Sinto-te tanto, profundamente...
Sinto-te bem, claramente...
Sinto-me descoberta, nua e crua, como sou.

10 fevereiro 2009

Duro de roer


Não sabes de nada e irritas-me por não saber
Será tão difícil compreender que não sou compreendida
Que nem eu me compreendo
E ando assim, às voltas
À procura do que perdi, do que nunca tive
Pois é, isto não é fácil
Agora dá vontade de rir?
Não acho que tenha piada e muito menos tenho vontade de esboçar um sorriso...
E continuas nessa de rir... Tudo bem
Não pretendo que isso me aflija
Vou até suspirar, bem fundo e lentamente
Procuro concentrar-me nos sons que oiço no meio do silêncio sábio que nada me diz
Fala-me, por favor
Diz-me para onde ir, que caminho tomar
E as indicações continuam ténues e mudas, completamente metidas dentro delas próprias e ignoram-me, ou fingem nem saber que existo
Após um terceiro suspiro, inspiro
Muito profundamente na esperança de soltar um grito
Alto, grosso e sentido
E assim que a minha capacidade torácica se cumpre
Esqueço-me do que queria fazer
E não grito, não falo nem sequer um gemido consigo soltar
E volto à roda do dia que mais não é que igual à roda de ontem
Só quero que a roda passe e que passe o senhor que muda as rodas
Deito-me!
(imagem retirada daqui)

30 janeiro 2009

Esquecida - lavada pelo vento

Sou um corpo nú
Sujeito à chuva e ao vento
Perdido no deserto
Estou ao relento

Descobri o meu cheiro
A exposto, esquecido, só e suado,
Molhado pela chuva
Não a lavado, perfumado

Tenho o corpo em ferida
Não mais que a alma que carrego
Esta vida vivida
Que aguarda agora enterro

A verdade é que mesmo ferida e com frio
O calor que tenho por ti
Inunda-me como a foz do rio
Cerro os olhos e esqueço-me de mim
(imagem retirada de http://olhares.aeiou.pt/adormecida_foto944112.html)

24 janeiro 2009

Sentir

Vou deixar de escrever o que sinto!

Vou escrever o que vejo
Mas se o que vejo é o que sinto
Vou deixar de escrever o que vejo

Vou escrever o que oiço
Mas se o que oiço é o que sinto
Vou deixar de escrever o que oiço

Vou escrever o que cheiro
Mas se o que cheiro é o que sinto
Vou deixar de escrever o que cheiro

Já sei, vou deixar de ver, ouvir, cheirar...
Assim já posso escrever
Engano-me!

Escrevo porque sinto
Se não sentir, morri!
(imagem retirada de http://olhares.aeiou.pt/)

Devaneio de Vida


A tristeza não é triste, é a vida que chora
Chora porque é assim que se vive
Vive quem ama,
Sofre quem não chora

23 janeiro 2009

Inverno


Ao ver percebi que sim
Que existias, sorrias, encantavas
Soube que o amar é eterno
Soube que tudo tem um fim

Via-te ao longe
como quem vê o mar
Sentia-te perto
Sentia-te quente

E sem saber porquê
Afastei-me para sempre
Fui empurrada pelo vento
Engolida pelo mar

04 janeiro 2009

Saber(es)


Sei o que devo sentir, sei o que sinto
Sei o que devo fazer, sei o que faço
No fundo não sei nada do que sei,
E se sei não o faço
Antes não soubesse...
(imagem retirada de http://www.al-farrob.com/photos/p0605001.jpg)

03 janeiro 2009

Translação Iniciada!

Fiquei e continuei
Aqui, só
Ouvindo o que não dizes
Sentindo o que não fazes
Quero mais
Quero-te mais
Deixei de te ver
Onde estás?
Se estivesses tenho certeza que te via
Mas que estranho... Sinto-te
Estás por perto
A minha perna está quente
Encosta-te, Abraça-me
Percorre-me e
Esquece-me!